Como a inclusão social e a melhoria de qualidade de vida de
pessoas com deficiência e idosos influenciam no projeto de um plano
arquitetônico.
Entrevista com a Arquiteta Alessandra Oliveira da Silva, de Divinópolis, MG.
1. Em sua opinião, quais os benefícios que a arquitetura inclusiva traz
para a sociedade?
Resp.: Inúmeros benefícios,
todo o cidadão tem o direito de ir e vir e as pessoas mais carentes de acesso
são as mais desprovidas, pois antes não havia esta preocupação, os órgãos
competentes não referendavam a acessibilidade, os prédios públicos,
pouquíssimos possuem projetos que visam à arquitetura inclusiva. A arquitetura
inclusiva significa liberdade a muitas pessoas, significa facilidade, tempo.
2. Esta arquitetura já é uma tendência no Brasil? Qual a posição do
Brasil neste campo se comparado com países desenvolvidos?
Resp.: Não no conceito mais
amplo, acredito que começando a discutir mais sobre o assunto, mostrando à
sociedade as maiores possibilidades de inclusão, poderemos alçar passos mais
largos nesta tendência. O Brasil apesar de a economia estar pulsante, deixa a
desejar em muitos aspectos e neste item não foge à regra, nossa posição deve
estar muito atrás dos países desenvolvidos. Infelizmente, apenas poderemos
balizar com os países desenvolvidos, quando o governo preocupar de verdade com
a educação e a cultura de nossa sociedade.
3. O que você considera como sendo os maiores desafios da arquitetura
inclusiva? Justifique.
Resp.: A aceitabilidade da
sociedade para esta preocupação. Hoje a sociedade ainda não enxerga as
beneficies de projetos inclusivos, acham caros e desnecessários, além de muitos
profissionais só se aterem se for exigência para aprovação.
4. Como você analisa a legislação para o implemento da arquitetura de
inclusão nas obras?
Resp.: Como mencionado no item
anterior, a falta de educação, cultura e preocupação com o próximo é um fator
impeditivo para a difusão desta tendência e para tentar contrabalancear, a
legislação faz promover a aceitabilidade, mesmo sendo uma obrigação, mas
acredito ser de imediato a única forma de implementação em novos projetos.
5. Qual sua ideia de prospecção para este tipo de arquitetura nos
próximos anos?
Resp.: Como acredito na
evolução da sociedade, cada vez mais haverá esta preocupação e o que hoje
falamos ser uma tendência, quem sabe logo poderemos chamar de realidade. Mas ou
o governo faz um amplo trabalho na legislação para a implementação mais rápida
ou se investe mais em educação, uma sociedade mais educada se torna uma
sociedade mais igualitária, com maior preocupação para o próximo.
6. Caso você já tenha consolidado algum projeto focado nesse tema,
por favor, fale sobre sua experiência. Caso tenha fotos ou imagens do projeto,
nos envie também para postarmos junto com sua entrevista.
Resp.: Já trabalhei em vários
projetos de conjuntos habitacionais, nos quais a acessibilidade baseada na
legislação vigente, foi integralmente respeitada. Mas por apenas ter a
obrigatoriedade pela legislação, senão, acredito que a acessibilidade não seria
pensada nos projetos.