Arquitextos, PARTE I
Arquitextos – este foi o nome que pensamos para
esta série de postagens literárias intimamente relacionadas com o design e não
somente o impacto emocional dos textos. No caso da poesia visual, o design e a composição
são responsáveis de maneira direta pela criação da cadeia de sentidos explorados
pelos criadores da mensagem.
Ao longo
da história, observamos o emprego da poesia visual em peças publicitárias, além
de estarem presentes em diversas escolas literárias acadêmicas, tais como o
concretismo, o neoconcretismo, o cubismo e muitas outras vertentes modernas e
pós-modernas nacionais e internacionais. É o chamado texto ARQUITETÔNICO, feito
com alma, mas provido de uma visão plástica, matemática e analítica das
sensações a serem despertadas.
Fábio
Lucas, escritor e crítico literário, conceitua de maneira evidente a poesia
visual nos tempos atuais: “O Poema Visual utiliza, com felicidade, a
combinação dos signos verbais com a expressividade da linguagem icônica. Assim
os dois códigos, o digital e o icônico, se combinam à perfeição para traduzir
imagens poéticas e juízos críticos”.
(Neste
texto o autor Avelino Araújo trabalha com duas formas distintas na mesma
composição: primeiro a do soneto, que é uma poesia clássica composta de 14
versos, divididos em dois quartetos e dois tercetos. Posteriormente e mais
importante, ele utiliza o impacto visual e a tensão que as palavras
transformadas em arames farpados proporcionarão aos leitores que as
correlacionarem com o Apartheid, presente no título da obra).
(Nesta
peça publicitária do grupo Todeschini Minas já postada neste Blog, a poesia
visual foi aplicada de modo sistemático, para que as palavras, escolhidas por
suas afinidades com a arquitetura,
formassem a obra “Igreja da Pampulha”, do grande arquiteto brasileiro Oscar
Niemeyer).
Não percam
mais postagens da série Arquitextos, porque a palavra, o design e a arquitetura
sempre andaram de mãos dadas.