Existem
diversos tipos de fibras: genericamente, elas podem ser de origem animal ou
vegetal. No artesanato, as mais comumente utilizadas são as palhas e fibras
vegetais.
Normalmente,
em natura, têm formato alongado, são filamentos, que podem ser contínuos ou
cortados, podendo ser fiados, para a formação de fios, linhas ou cordas ou
dispostas em mantas e esteiras, para a produção de papel, feltro ou outros
produtos.
O trançado de
fibras vegetais é uma das artes mais antigas do mundo. As populações
tradicionais da Amazônia utilizam inúmeras fibras nativas da região para tecer
cestas, mandalas, bolsas e muitos outros produtos utilitários e decorativos.
Uma atividade que tradicionalmente atendia à necessidade de utensílios e
recipientes para o uso da própria família e comunidade se transformou em uma
oportunidade de geração de renda, que valoriza práticas sustentáveis de uso dos
recursos naturais, resgata saberes e habilidades tradicionais e valoriza a
identidade cultural.
Muitas são as
fibras vegetais utilizadas no artesanato brasileiro: cipós, juncos, rattan,
taquara, vime, fibra de bananeira, piaçava, sisal, etc. Dependendo da espécie
que se utiliza, os processos de beneficiamento e transformação variam; algumas
não recebem tratamento e só são colocadas para secar, enquanto que outras são
trançadas ainda úmidas. Existem diversos tipos de técnicas de trançado, os
tingimentos podem usar corantes naturais extraídos de folhas, sementes ou casca
de árvores (como o urucum, o eucalipto, a casca de cebola e açafrão, entre
outros), e também são utilizados vernizes e pigmentos artificiais (como a
anilina).
É fundamental
destacar, a importância da arte do trançado para as culturas tradicionais, como
modo de adaptação à natureza para a subsistência, geração de trabalho e renda,
e afirmação da identidade cultural e étnica. Ressalta-se, ainda, que o
artesanato de fibras vegetais foi pouco abordado na literatura acadêmica até os
dias de hoje, sobretudo no campo do design.
FONTE: Artesanato Brasileiro
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